John Fogerty Foi Processado por ser ele MESMO!

O caso em que John Fogerty foi acusado de plagiar a si mesmo é um dos mais notórios na história da música e envolve sua antiga banda, Creedence Clearwater Revival (CCR), e a gravadora Fantasy Records.

Contexto: Nos anos 60 e 70, John Fogerty foi o principal compositor e líder da banda Creedence Clearwater Revival, que fez grande sucesso. A banda gravava pela gravadora Fantasy Records, cujo dono era Saul Zaentz. No entanto, após desentendimentos e divergências financeiras com a gravadora, o CCR se separou em 1972, e Fogerty seguiu uma carreira solo.

O problema surgiu devido aos contratos que a banda havia assinado com a Fantasy Records. Mesmo depois de deixar o CCR, Fogerty não possuía os direitos sobre suas próprias composições para a banda, que ficaram sob o controle de Saul Zaentz e da Fantasy.

Acusação de plágio: Em 1985, Fogerty lançou a música "The Old Man Down the Road" no álbum Centerfield. Saul Zaentz, que ainda controlava os direitos sobre as músicas da Creedence, acusou Fogerty de plágio, alegando que "The Old Man Down the Road" era uma cópia da música "Run Through the Jungle", uma canção escrita por Fogerty e lançada pela Creedence Clearwater Revival em 1970.

A acusação era, essencialmente, de que Fogerty estava se plagiando. Zaentz argumentou que a melodia e o estilo das duas músicas eram muito semelhantes, o que constituiria uma violação de direitos autorais, já que a Fantasy Records detinha os direitos sobre "Run Through the Jungle".

O julgamento: O caso foi levado aos tribunais, e Fogerty decidiu se defender. Durante o julgamento, ele chegou a tocar as duas músicas ao vivo no tribunal para demonstrar que elas eram distintas em termos de estrutura e composição. Ele argumentou que, como autor de ambas as canções, naturalmente haveria similaridades no estilo, mas as músicas não eram idênticas.

Em 1988, o tribunal decidiu a favor de Fogerty, concluindo que ele não havia plagiado "Run Through the Jungle" com sua música "The Old Man Down the Road". A decisão foi vista como um marco importante nos direitos dos artistas sobre suas próprias obras e na proteção contra acusações exageradas de plágio.

Após o julgamento: John Fogerty foi além. Ele processou a gravadora Fantasy para ser reembolsado pelos custos legais que teve que arcar para se defender. Essa ação chegou até a Suprema Corte dos EUA, que também deu vitória a Fogerty, estabelecendo um precedente para que artistas pudessem receber custos legais em casos de disputas de direitos autorais, se tivessem sucesso no tribunal.

O caso ilustra uma situação incomum e absurda, onde um artista foi processado por supostamente plagiar uma música de sua própria autoria, controlada por outra entidade devido a um contrato desfavorável.